terça-feira, 17 de novembro de 2015

Dificuldades sexuais masculinas




           Farei algumas explicações  sobre as disfunções sexuais que acometem os homens:

     
        Iremos começar com a Disfunção Erétil (DE) (Impotência, perda de ereção): Disfunção erétil é a incapacidade persistente, total ou parcial, para iniciar e/ou, manter uma ereção suficiente para efetuar a penetração e a realização do coito até a ejaculação.
Segundo pesquisa realizada pela Drª Carmita Abdo (2004), 45,1% dos homens brasileiros apresentam algum grau de comprometimento erétil: 1,7% têm total incapacidade de realização de coito; 12,2% têm dificuldade moderada e 31,2 % apresentam dificuldade mínima.
             Considera-se Mínima: quando a capacidade de ter e manter uma ereção está levemente diminuída. Os indivíduos são capazes de manter uma relação sexual, embora relatem satisfação apenas ocasional. Moderada: quando os indivíduos algumas vezes são capazes de manter uma ereção e raramente obtêm satisfação em seu desempenho sexual. Grave ou Grave: quando nunca são capazes de manter uma relação sexual.  
               De acordo com a pesquisa, dos 18 aos 25 anos de idade, os percentuais são os seguintes: 34,4% de D.E. mínima, 10,7 % de D.E. moderada e 1,1% de D.E.  total.
 Nos indivíduos com 70 anos ou mais, foram assinalados 20,8% D.E.   mínima; 35,4% de D.E.  moderada e 10,4% de D.E. total. Esses dados demonstram que com o aumento da idade, crescem os índices de D.E.  moderada e completa, enquanto que os de D.E.   mínima tendem a diminuir.
                 É importante esclarecer que a idade não condiciona por si mesma, o aparecimento da D.E.  , ou seja, ela não é uma inevitável consequência do envelhecimento. Contudo, à medida que se envelhece aumenta a incidência de doenças que podem causar problemas de ereção, como arteriosclerose, hipertensão arterial, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, etc. Outras vezes, as próprias drogas que se utiliza contra essas doenças causam a D.E.    
            Devido a nossa cultura ser tão impregnado o conceito de masculinidade e estar ligado a genitalidade, a perda de ereção é muito sofrível para o homem, podemos colocar que chega a ser dramático tal situação. Ser homem, para nossa cultura, significa ter um pênis capaz de funcionar, ser potente: força, autoridade. Por isso que, a perda de ereção interfere de forma severa na autoestima da maioria dos homens.
                Ter fracassos ocasionais não podem ser considerados portadores de disfunção erétil. Caso ele não saiba lidar com essa situação, pode apresentar a disfunção.
                 Excessivamente preocupados com a falha, eles criam uma situação psíquica de expectativa de um novo insucesso (chamado de “temor ao desempenho”). Nesses casos, o indivíduo passa a considerar o ato sexual seguinte como um teste, adotando o duplo papel de ator e de espectador do próprio desempenho.  Essa ou qualquer outra situação altamente ansiogênica pode inibir a ereção.
                 Também ocorre quando antes de uma relação sexual com alguém altamente desejável gera grande ansiedade que, além de outros sintomas, sobe o nível de adrenalina e impede a ereção.
                A disfunção erétil pode se instalar de modo brusco ou progressivo. O indivíduo pode ter boa ereção durante a masturbação, mas não consegue manter a ereção durante a penetração ou ato sexual. Pode ser que organicamente o indivíduo não apresente nenhuma patologia que pode causar tal situação então, a causa pode ser psicológica.
                   Se caso o homem sofre grande perda como: morte de parente próximo ou amigo, perda de emprego ou financeira, excesso de trabalho gerador de stress ou traumas em geral, pode também apresentar a D.E.
              Para verificar o que está acontecendo, é importante que procure um médico urologista e realize os exames necessários. É importante que procure ajuda psicoterápica especializada.
             O sofrimento maior é do homem, mas a mulher também sofre quando isso acontece. Portanto, é importante a busca de ajuda. É bom ficar claro que os estimulantes sexuais são adequados quando receitados por médicos devidos aos efeitos colaterais e, obrigatoriamente é necessário que o homem tenha desejo sexual, pois se não tiver, o estimulante não faz efeito.

             Remédios caseiros e ervas não são comprovados cientificamente que solucionam. Não esqueçam que o melhor órgão sexual é o cérebro, quando o homem está bem emocionalmente tudo tende ser adequado.  



Distúrbios da Ejaculação:

               Os distúrbios da ejaculação são diferentes dos distúrbios de orgasmo. Como já respondemos em algumas perguntas, o orgasmo masculino não tem nada a ver com a ejaculação.                     
         Pode existir orgasmo sem ejaculação e ejaculação sem orgasmo. 
      Embora, usualmente, a ejaculação se acompanhe de algumas sensações de prazer, pode haver completa dissociação dos dois fenômenos. 
        Eles possuem etiologias distintas e mecanismos determinantes diferentes.
     A ejaculação é um fenômeno neuromuscular caracterizado pela progressão do sêmem e sua expulsão pela uretra.

        São vários distúrbios ligados a ejaculação, citarei os mais comuns:

       A Ejaculação Retrógrada é aquela em que o ejaculado, em vez de seguir o trajeto normal vai para a bexiga urinária. Esse tipo de ejaculação pode ser determinado por lesões cirúrgicas no sistema nervoso autônomo (prostatectomias, intervenções vasculares aorto-ilíaca, entre outras), traumatismo do colo vesical (em geral por acidentes de motocicleta), esclerose múltipla, diabetes e alcoolismo crônico, que lesam e degeneram a inervação simpática que controla o esfíncter interno da bexiga.             Alguns medicamentos podem induzir a ejacula retrograda (anti-hipertensivos e psicotrópicos.             Também não se pode descartar a importância das variáveis psicológicas. O diagnóstico se faz pelo exame de urina.
      A Ejaculação Astênica se produz lentamente, sem a presença de jatos ejaculatórios, de modo que o esperma flui pelo, sem força pela uretra.  Em geral ocorre em pacientes paraplégicos com lesões medulares abaixo da L ¹.
     Na Ejaculação Dolorosa há o fenômeno doloroso. Quando a dor é pré-ejaculatória, há de se pensar em espasmo prostático. A dor ejaculatória possui geralmente causa infecciosa (prostatite, vesiculites, uretrites) o que torna obrigatório estudo bacteriológico do sêmen. Também pode decorrer de estenoses uretrais pós-infecciosas (sondagem ou endoscopias) Quando o fenômeno doloroso ocorre após a ejaculação, embora possa ser causado por um espasmo do esfíncter anal ou do períneo, há de se pensar em etiologia psicogênica.
     A Ejaculação Precoce ou rápida acomete 25,8% deles sendo a primária 70% e a secundária 29,5% Primária quando o homem sempre ejaculou rápido e a secundária quando ejaculava dentro de um tempo maior e após alguma causa, ejacula mais rápido. A Ejaculação Precoce é quando o homem ejacula rapidamente, logo após a penetração e, na maioria das relações sexuais. No ambulatório de sexualidade do Centro de Referência da Saúde do Homem, órgão da Secretaria de Estado da Saúde, que recebe cerca de 500 pacientes por mês com disfunções sexuais, mostra que a ejaculação precoce é decorrente de fatores emocionais, como ansiedade acentuada e baixa autoestima, em 75% dos casos relatados por homens entre 20 e 70 anos. O problema atinge mais de 25% deste grupo usuários atendidos no hospital. Ela se torna um quadro desejável quando tais homens não se importam com a satisfação da parceira. Não tinha relevância quando a relação sexual é vista somente para a reprodução então, se tem importância quanto tempo demore, somente é preciso ejacular dentro da vagina. O organismo feminino precisa de um tempo maior para se preparar para o ato sexual. Como as mulheres geralmente demoram mais tempo para atingir o auge da excitação sexual, elas passaram a exigir do homem maior continência ejaculatória, culpando-o pelo prazer que não conseguiam obter. Estabeleceu-se uma verdadeira tirania do orgasmo e o homem passou a introjetar uma responsabilidade que, a rigor, nem sempre lhe deveria caber. Assim, muitos indivíduos foram e ainda são considerados ejaculadores precoces quando, na verdade, suas parceiras são anorgásmicas ou necessitam de uma fase de excitação demasiado longa. Homens portadores de ejaculação precoce são aqueles que ejaculam quando: mal encosta na vulva (área externa da vagina), olhar para um corpo nu, dar abraços e beijos mais excitantes, entre outras situações excitatórias.
Contudo, no caso que ocorre a penetração e há descompasso entre “os tempos” do homem e da mulher, é difícil caracterizar o quadro. É a relação diádica (do casal) que define em cada caso.
A Ejaculação Precoce, independente de sua origem, determina uma série de conseqüências, como: Ansiedade; Baixa auto-estima; Desgaste Diádico (casal).
Em estudos realizados em 2004 revelou que 68% dos homens portadores de Ejaculação precoce apresentam algum comprometimento em sua autoconfiança sexual e em seu amor próprio; 50% informam a relutância para iniciar novas relações; 36% relatam que havia significativa ansiedade associada com a ejaculação precoce e a maioria tinha vergonha de seu problema: não só em relação em si mesmo, às suas companheiras, mas inclusive de relatar seu problema a um profissional. Talvez seja essa uma das razões básicas que explicam que somente 12% dos homens procuram consulta médica. Além da ansiedade, que ocorre em todas as disfunções, a ejaculação precoce determina outra conseqüência deletéria, como a diminuição da auto-estima. O individuo adquire, pela frustração repetitiva, um sentimento de vergonha e menos-valia ao perceber que não é capaz de satisfazer a parceira. Esse sentimento muitas vezes se generaliza para outros aspectos da personalidade, sobretudo para a área das comunicações e da atividade profissional.
Quase inevitável é o desgaste diádico. De inicio a mulher reage procurando racionalizar o problema e, embora desapontada, suas principais reações são de tolerância, simpatia, compreensão, procurando causas explicativas, como nervosismo e inexperiência do parceiro, para justificar o fracasso.
Com a repetição dos fatos ela começa a se inquietar e se sentir rejeitada ou usada, tendendo a acusar o parceiro de egoísta. As agressões passam a ser comuns. Nesse ponto, o cenário para a destruição diádica está completo. Algumas mulheres procuram ajuda conversando com amigas, buscam ler a respeito, consultam pessoas que julgam conhecer o problema; outras se desesperam e se entregam a relacionamento extraconjugais, algumas vezes por vingança, outras como forma de auto-afirmação.Casos de relacionamento homoeróticos também são relatados.
A reação do homem ao seu próprio estado pode ser compensatória, procurando ter relações sexuais com a parceira de maneira quase compulsiva, tentando compensar a baixa qualidade pela quantidade. Outras vezes se esquiva do ato sexual, o que o torna ainda mais “rápido” quando se vê a contingencia de não ter como evitá-lo. Com o tempo, a tendência é o aparecimento de quadros secundários de disfunções eréteis e inapetências reacionais.
O tratamento por psicoterapia sexual é bem direcionado nesses casos, a partir do momento que descartado a possibilidade de causa orgânica. O uso de medicamentos para abaixar a ansiedade nem sempre apresenta resultado esperado. Na psicoterapia são usados exercícios específicos realizados pelo homem e em certo momento, pelo casal. É uma maneira de reeducação comportamental da ejaculação. 

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