Farei algumas explicações sobre as disfunções sexuais que acometem os homens:
Iremos começar com a Disfunção Erétil (DE) (Impotência, perda de ereção): Disfunção erétil é a incapacidade persistente, total ou parcial, para iniciar e/ou, manter uma ereção suficiente para efetuar a penetração e a realização do coito até a ejaculação.
Segundo pesquisa
realizada pela Drª Carmita Abdo (2004), 45,1% dos homens brasileiros apresentam
algum grau de comprometimento erétil: 1,7% têm total incapacidade de realização
de coito; 12,2% têm dificuldade moderada e 31,2 % apresentam dificuldade
mínima.
Considera-se Mínima: quando a
capacidade de ter e manter uma ereção está levemente diminuída. Os indivíduos
são capazes de manter uma relação sexual, embora relatem satisfação apenas
ocasional. Moderada: quando os indivíduos algumas vezes são capazes
de manter uma ereção e raramente obtêm satisfação em seu desempenho sexual. Grave
ou Grave: quando nunca são capazes de manter uma relação
sexual.
De acordo com a
pesquisa, dos 18 aos 25 anos de idade, os percentuais são os seguintes: 34,4%
de D.E. mínima, 10,7 % de D.E. moderada e 1,1% de D.E. total.
Nos indivíduos com 70 anos ou mais, foram
assinalados 20,8% D.E. mínima; 35,4% de
D.E. moderada e 10,4% de D.E. total.
Esses dados demonstram que com o aumento da idade, crescem os índices de
D.E. moderada e completa, enquanto que
os de D.E. mínima tendem a diminuir.
É importante
esclarecer que a idade não condiciona por si mesma, o aparecimento da D.E. , ou seja, ela não é uma inevitável
consequência do envelhecimento. Contudo, à medida que se envelhece aumenta a
incidência de doenças que podem causar problemas de ereção, como
arteriosclerose, hipertensão arterial, infarto do miocárdio, acidente vascular
cerebral, etc. Outras vezes, as próprias drogas que se utiliza contra essas
doenças causam a D.E.
Devido a nossa cultura ser tão impregnado
o conceito de masculinidade e estar ligado a genitalidade, a perda de ereção é
muito sofrível para o homem, podemos colocar que chega a ser dramático tal
situação. Ser homem, para nossa cultura, significa ter um pênis capaz de funcionar,
ser potente: força, autoridade. Por isso que, a perda de ereção interfere de
forma severa na autoestima da maioria dos homens.
Ter fracassos ocasionais não podem ser
considerados portadores de disfunção erétil. Caso ele não saiba lidar com essa
situação, pode apresentar a disfunção.
Excessivamente preocupados com a falha,
eles criam uma situação psíquica de expectativa de um novo insucesso (chamado
de “temor ao desempenho”). Nesses casos, o indivíduo passa a considerar o ato
sexual seguinte como um teste, adotando o duplo papel de ator e de espectador
do próprio desempenho. Essa ou qualquer
outra situação altamente ansiogênica pode inibir a ereção.
Também ocorre quando antes de uma relação
sexual com alguém altamente desejável gera grande ansiedade que, além de outros
sintomas, sobe o nível de adrenalina e impede a ereção.
A disfunção erétil pode se instalar de
modo brusco ou progressivo. O indivíduo pode ter boa ereção durante a
masturbação, mas não consegue manter a ereção durante a penetração ou ato
sexual. Pode ser que organicamente o indivíduo não apresente nenhuma patologia
que pode causar tal situação então, a causa pode ser psicológica.
Se caso o homem sofre grande perda como:
morte de parente próximo ou amigo, perda de emprego ou financeira, excesso de
trabalho gerador de stress ou traumas em geral, pode também apresentar a D.E.
Para verificar o que está acontecendo, é
importante que procure um médico urologista e realize os exames necessários. É
importante que procure ajuda psicoterápica especializada.
O sofrimento maior é do homem, mas a
mulher também sofre quando isso acontece. Portanto, é importante a busca de
ajuda. É bom ficar claro que os estimulantes sexuais são adequados quando
receitados por médicos devidos aos efeitos colaterais e, obrigatoriamente é
necessário que o homem tenha desejo sexual, pois se não tiver, o estimulante
não faz efeito.
Remédios caseiros e ervas não são
comprovados cientificamente que solucionam. Não esqueçam que o melhor órgão
sexual é o cérebro, quando o homem está bem emocionalmente tudo tende ser
adequado.
Distúrbios da Ejaculação:
Os distúrbios da ejaculação
são diferentes dos distúrbios de orgasmo. Como já respondemos em algumas
perguntas, o orgasmo masculino não tem nada a ver com a ejaculação.
Pode
existir orgasmo sem ejaculação e ejaculação sem orgasmo.
Embora, usualmente, a
ejaculação se acompanhe de algumas sensações de prazer, pode haver completa
dissociação dos dois fenômenos.
Eles possuem etiologias distintas e mecanismos
determinantes diferentes.
A ejaculação é um fenômeno neuromuscular
caracterizado pela progressão do sêmem e sua expulsão pela uretra.
São vários distúrbios ligados a ejaculação, citarei os mais comuns:
A Ejaculação Retrógrada
é aquela em que o ejaculado, em vez de seguir o trajeto normal vai para a
bexiga urinária. Esse tipo de ejaculação pode ser determinado por lesões cirúrgicas
no sistema nervoso autônomo (prostatectomias, intervenções vasculares
aorto-ilíaca, entre outras), traumatismo do colo vesical (em geral por
acidentes de motocicleta), esclerose múltipla, diabetes e alcoolismo crônico,
que lesam e degeneram a inervação simpática que controla o esfíncter interno da
bexiga. Alguns medicamentos podem induzir a ejacula retrograda
(anti-hipertensivos e psicotrópicos. Também não se pode descartar a importância
das variáveis psicológicas. O diagnóstico se faz pelo exame de urina.
A Ejaculação Astênica
se produz lentamente, sem a presença de jatos ejaculatórios, de modo que o
esperma flui pelo, sem força pela uretra.
Em geral ocorre em pacientes paraplégicos com lesões medulares abaixo da
L ¹.
Na Ejaculação Dolorosa
há o fenômeno doloroso. Quando a dor é pré-ejaculatória, há de se pensar em
espasmo prostático. A dor ejaculatória possui geralmente causa infecciosa
(prostatite, vesiculites, uretrites) o que torna obrigatório estudo
bacteriológico do sêmen. Também pode decorrer de estenoses uretrais pós-infecciosas
(sondagem ou endoscopias) Quando o fenômeno doloroso ocorre após a ejaculação,
embora possa ser causado por um espasmo do esfíncter anal ou do períneo, há de
se pensar em etiologia psicogênica.
A Ejaculação Precoce ou rápida
acomete 25,8%
deles sendo a primária 70% e a secundária 29,5% Primária quando o homem sempre
ejaculou rápido e a secundária quando ejaculava dentro de um tempo maior e após
alguma causa, ejacula mais rápido. A Ejaculação Precoce é quando o homem
ejacula rapidamente, logo após a penetração e, na maioria das relações sexuais.
No ambulatório de sexualidade do Centro de Referência da Saúde
do Homem, órgão da Secretaria de Estado da Saúde, que recebe cerca de 500
pacientes por mês com disfunções sexuais, mostra que a ejaculação precoce é
decorrente de fatores emocionais, como ansiedade acentuada e baixa autoestima,
em 75% dos casos relatados por homens entre 20 e 70 anos. O problema atinge
mais de 25% deste grupo usuários atendidos no hospital.
Ela se torna um quadro desejável quando tais homens não se importam com
a satisfação da parceira. Não tinha relevância quando a relação sexual é vista
somente para a reprodução então, se tem importância quanto tempo demore,
somente é preciso ejacular dentro da vagina. O organismo feminino precisa de um
tempo maior para se preparar para o ato sexual. Como as mulheres geralmente
demoram mais tempo para atingir o auge da excitação sexual, elas passaram a
exigir do homem maior continência ejaculatória, culpando-o pelo prazer que não
conseguiam obter. Estabeleceu-se uma verdadeira tirania do orgasmo e o homem
passou a introjetar uma responsabilidade que, a rigor, nem sempre lhe deveria
caber. Assim, muitos indivíduos foram e ainda são considerados ejaculadores
precoces quando, na verdade, suas parceiras são anorgásmicas ou necessitam de
uma fase de excitação demasiado longa. Homens portadores de ejaculação precoce
são aqueles que ejaculam quando: mal encosta na vulva (área externa da vagina),
olhar para um corpo nu, dar abraços e beijos mais excitantes, entre outras
situações excitatórias.
Contudo, no caso que ocorre a penetração e
há descompasso entre “os tempos” do homem e da mulher, é difícil caracterizar o
quadro. É a relação diádica (do casal) que define em cada caso.
A Ejaculação Precoce, independente de sua
origem, determina uma série de conseqüências, como: Ansiedade; Baixa
auto-estima; Desgaste Diádico (casal).
Em estudos realizados em 2004 revelou que
68% dos homens portadores de Ejaculação precoce apresentam algum
comprometimento em sua autoconfiança sexual e em seu amor próprio; 50% informam
a relutância para iniciar novas relações; 36% relatam que havia significativa ansiedade
associada com a ejaculação precoce e a maioria tinha vergonha de seu problema:
não só em relação em si mesmo, às suas companheiras, mas inclusive de relatar
seu problema a um profissional. Talvez seja essa uma das razões básicas que
explicam que somente 12% dos homens procuram consulta médica. Além da
ansiedade, que ocorre em todas as disfunções, a ejaculação precoce determina outra
conseqüência deletéria, como a diminuição da auto-estima. O individuo adquire,
pela frustração repetitiva, um sentimento de vergonha e menos-valia ao perceber
que não é capaz de satisfazer a parceira. Esse sentimento muitas vezes se
generaliza para outros aspectos da personalidade, sobretudo para a área das
comunicações e da atividade profissional.
Quase inevitável é o desgaste diádico. De
inicio a mulher reage procurando racionalizar o problema e, embora desapontada,
suas principais reações são de tolerância, simpatia, compreensão, procurando
causas explicativas, como nervosismo e inexperiência do parceiro, para justificar
o fracasso.
Com a repetição dos fatos ela começa a se
inquietar e se sentir rejeitada ou usada, tendendo a acusar o parceiro de
egoísta. As agressões passam a ser comuns. Nesse ponto, o cenário para a
destruição diádica está completo. Algumas mulheres procuram ajuda conversando
com amigas, buscam ler a respeito, consultam pessoas que julgam conhecer o
problema; outras se desesperam e se entregam a relacionamento extraconjugais,
algumas vezes por vingança, outras como forma de auto-afirmação.Casos de relacionamento
homoeróticos também são relatados.
A reação do homem ao seu próprio estado pode
ser compensatória, procurando ter relações sexuais com a parceira de maneira
quase compulsiva, tentando compensar a baixa qualidade pela quantidade. Outras
vezes se esquiva do ato sexual, o que o torna ainda mais “rápido” quando se vê
a contingencia de não ter como evitá-lo. Com o tempo, a tendência é o
aparecimento de quadros secundários de disfunções eréteis e inapetências
reacionais.
O tratamento por psicoterapia sexual é bem
direcionado nesses casos, a partir do momento que descartado a possibilidade de
causa orgânica. O uso de medicamentos para abaixar a ansiedade nem sempre
apresenta resultado esperado. Na psicoterapia são usados exercícios específicos
realizados pelo homem e em certo momento, pelo casal. É uma maneira de
reeducação comportamental da ejaculação.
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