sexta-feira, 8 de abril de 2011

Dispareunia: Dores na Relação Sexual.



       Dispareunia é um transtorno sexual caracterizado pela sensação de dor genital durante a relação sexual. Pode ocorrer tanto em homens quanto em mulheres, mas é mais comum entre as mulheres. A dor geralmente é sentida durante a penetração, mas pode ocorrer também antes e depois.
As mulheres podem descrever a dor como uma sensação superficial, ou até mesmo profunda. A intensidade pode variar de um leve desconfortoaté uma forte dor aguda. É mais freqüente do que se pensa, podendo atingir até 50% das mulheres com vida sexual ativa.
Para que o distúrbio seja denominado dispareunia, a dor deve provocar sofrimento ou dificuldade nas relações sexuais e ocorrer há mais de seis meses.
A dispareunia pode ser causada por fatores orgânicos ou psicológicos.
As causas na mulher podem ser: falta de lubrificação vaginal,  por condições médicas gerais ou pela ação de substâncias ou medicamentos.
Os fatores orgânicos podem ser:  infecções genitais; doenças de pele que acometem a região genital; doenças sexualmente transmissíveis; infecção ou irritação do clitóris; doenças que acometem o ânus; irritação ou infecção urinária, entre outras.
            Nos homens, podemos destacar: a fimose; doenças de pele; doenças sexualmente transmissíveis; doenças do testículo e da próstata;  inflamação ou infecção no pênis e no prepúcio; Doença de  Peyronie( curvatura acentuada no pênis), entre outras. 
A dor pode ser ardente, aguda ou em forma de espasmos. Pode ser externa ou dentro da região pélvica ou do abdômen.
A dispareunia interfere no prazer sexual, podendo impedir a excitação e o orgasmo. O medo da dor pode levar a pessoa a desistir de qualquer contato sexual. As mulheres pode desenvolver  ao vaginismo.
E os fatores psicológicos são: dificuldade em compreender e aceitar a sexualidade de uma maneira saudável; crenças morais e religiosas muito rígidas; educação repressora; medos e tabus irracionais quanto ao contexto sexual; falta de desejo em fazer sexo com o(a) parceiro(a); medo de machucar o bebê, quando durante a gestação; falta de informação; traumas infantis relacionados à sexualidade; sentimento de culpa na vivência da sexualidade.
            Em uma relação sexual onde a mulher está preocupada, triste, assustada, sejam esses motivos desencadeados por fatores internos ou externos, ela não tem condições de se excitar. Para que isso ocorra, ela precisa estar bem, presente naquele momento da relação. Com a excitação ela ficará lubrificada, o que proporcionará conforto durante o ato em si. Por outro lado, a mulher mal estimulada, com sentimentos ruins relacionados ao encontro sexual, não se excitará adequadamente. Sem excitação não haverá boa lubrificação, logo ela sentirá dor ao ser penetrada. Isso tornará a relação empobrecida, desgastada para o casal, e assim, os conflitos na relação se agravarão cada vez mais.
A mulher ou o homem, com medo de sentir dor novamente na relação, vai evitar o encontro sexual. E novamente o conflito poderá aparecer. Isso tenderá a se tornar um ciclo vicioso, no qual a dor gera medo, o medo gera tensão, e esta gera dor ainda maior.
Para a solução da dispareunia a consulta média é de extrema importância, pois o médico (ginecologista ou urologista) será capaz de detectar possíveis fatores orgânicos, que poderão ser tratados.
A abordagem dos fatores psicológicos são realizadas através  psicoterapia sexual. O tratamento  tem como objetivo um maior conhecimento de si próprio, de seu corpo, sua forma de lidar com o mundo. E, em geral, é muito agradável para ambos. Alguns exercícios específicos ao tratamento são indicados, os quais podem ser feitos inicialmente sozinhos, para se dar conta de como lida com o próprio corpo e, depois, os exercícios serão feitos a dois. Consiste também em melhorar a relação do casal, sua comunicação e intimidade.
Por ser uma síndrome psicofisiológica ( conjunto de problemas físicos e psicológicos), não adianta olhar a pessoa somente como um organismo ou somente como um ser psíquico. Os dois atuam juntos ao mesmo tempo. Assim, uma equipe de vários profissionais (ginecologista, urologista e psicoterapeuta) também se faz, na maioria das vezes, necessária.
Diversos tipos de problemas impedem que milhões de pessoas, em todo o mundo, possam usufruir de uma vida sexual saudável e feliz.
O medo ou a vergonha de procurar o  tratamento adequado,  são alguns dos principais fatores que impedem que estas pessoas livrem-se de suas dificuldades.
Conhecer o problema é  o primeiro passo no caminho de sua resolução.

ABDO,C.H.N.- Descobrimento Sexual do Brasil – São Paulo: SUMMUS, 2004
ANAND,M. A arte de êxtase. Rio de Janeiro:Campos, Série Somma, 1992
BRENOT, P. – Elogio da Masturbação. Rio de Jnairo:Record:Rosa dos Tempos, 1998
CARIDADE,A.; Sexualidade: corpo e metáfora. São Paulo:Iglu, 1997 
CAVALCANTI&CAVALCANTI - . Tratamento Clinico das inadequações sexuais . 2ª Ed. São Paulo- S.P.: Roca , 1992
KAPLAN, S.H. A nova terapia do sexo. 3ª Ed. . Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1997
LOPES, G.P.. Sexualidade humana. 2ª Ed. Rio de janeiro: Medsi, 1993
LOPES, G.P. – ET al Patologia  e terapia sexual. Rio de Janeirko: Medsi, 1994.
LOPICCOLO, J.; HEIMAN, J.R. – Descobrindo o Prazer. São Paulo: Summus - 1992
MASTERS,W;JOHNSON,V.A inadequação sexual. São Paulo: Roca , 1985


Nenhum comentário:

Postar um comentário